Aquela menina
Com os braços cortados,
Tem medos, segredos,
E também um passado.
Ela não escolheu,
Ou tão pouco pediu,
Apenas sofreu,
E essas marcas nem são do que mais lhe feriu.
São marcas expostas
E ela não pode apagar,
Tem coisas que a gente não gosta,
Mas na vida é o que há.
Quem vê não entende,
Às vezes só julga,
A cicatriz só lhe prende,
A lembrança não muda.
E agora a cura,
Só o tempo trará,
A vida é loucura,
Não queira ir pra lá.
Seus medos guardados,
São meus também,
A menina e seu fardo,
Não se vê um alguém.
Ela se olha no espelho,
E não vê quase nada,
Elogiam o cabelo,
Ela ri, mas se abala.
Não queria ser vista,
Na rua notada,
Tem na mente uma lista,
Em uma folha amassada.
São os sonhos que tinha,
Ou talvez ainda tem,
Por fora rainha,
Por dentro é ninguém.
Ela ainda respira,
E não sabe o porquê,
É que aquela menina,
Só queria viver.
Seus olhos escondem,
Ações de robô,
Seu rosto, sua fronte,
Também congelou.
Seus passos caminham,
Na rua tão só,
Mas assim tão sozinha,
Espera que o amanhã seja melhor.
Para aquela menina quem sabe um abraço,
E um aperto de mão,
Seus tantos pedaços,
Um dia, aqui, não mais estarão...
Autor: Oziel Soares de Albuquerque
www.ozielpoeta.blogspot.com/
Autor: Oziel Soares de Albuquerque
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