A vida é um menino,
Que intensamente chora,
Ocultando um rosto lindo,
E sua alegria foi embora.
Ele não pula, não grita,
Apenas chora e nada mais,
Assim é a vida que faz que eu repita,
Que ela é um menino que chora sem paz.
Ela é repleta de violência,
O menino que clama,
Que procura a moral e a decência,
Que a liberdade chama.
O menino que não faz mais nada,
A não ser chorar,
Que vida desgraçada,
Que não ensina a gente amar.
Não nos dizem o que é paixão,
Não nos ensinam o que é amor,
Não se sabe como funciona o coração,
E o menino chora e sente no peito uma árdua dor.
Vi um menino arrastado na rua,
Vi ali a vida dilacerada,
Vi a realidade caminhar nua,
vi o mundo segui uma longa estrada.
A vida é um menino que chora,
Ao ser arrastado por um carro,
E sua vida foi embora,
E o mundo continua com drogas, bebidas e cigarro.
Tiram-lhe a vida,
Mataram uma criança,
A felicidade destruída,
E o mundo segue sem esperança.
A vida é triste, é cruel em circunstâncias,
A vida é banal, pois não se sabe amar,
É um menino que perdeu sua infância,
E que não mais irá sonhar.
Autor:Oziel Soares de Albuquerque
www.ozielpoeta.blogspot.com/
P.S.: Esta poesia refere-se a João Hélio Fernandes Vieites (Rio de Janeiro, 18 de março de 2000). O caso foi um crime ocorrido na noite de 7 de fevereiro de 2007, João Hélio foi assassinado após um assalto, tinha seis anos de idade e foi mais uma vítima da violência na cidade do Rio de Janeiro)
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