Há um grito por esperança,
Um grito por socorro,
Em mim há uma criança
Que não queria nascer de novo.
Um gemido que não pára,
Minha alma está ferida,
Tenho uma cicatriz que não sara,
É uma rua sem saída.
Vejo a vida da janela
Com tanta morte e desilusão,
Ela já não é mais tão bela,
Já não há paz para o coração.
Eu queria mais amor
Para toda essa gente,
Um mundo sem mágoas, sem dor
Que tudo fosse diferente.
Há tanta violência,
Tanto sofrimento,
Tanta indecência,
Há tantos sonhos jogados ao vento.
O desprezo é realidade,
É a verdade, cruel e vil,
Vejo crescer a impunidade,
Deus tenha dó deste Brasil.
Há uma criança em mim,
Que quer acreditar,
Que o choro vai ter fim,
E que o mundo vai mudar,
Não dá mais para viver assim,
Ainda quero poder sonhar...
Autor: Oziel Soares de Albuquerque
www.ozielpoeta.blogspot.com/
P.S.: Esta poesia me fez ganhar em 2º lugar em um concurso de poesias a nível nacional em 2008, perdendo apenas para o Distrito Federal
"O texto é um monólogo que expressa uma crítica e um projeto, um desejo de mudança. Por não haver mais artistas que falem do belo, do amor, do carinho, do humano, Oziel perde em força expressiva, mas logo é compensado pelo tom sacrificial que aplica a si mesmo, com o qual dialoga, como se fosse seu duplo. Levando em consideração a idissincrasia do autor, digo que estamos diante de um belo texto. A conexão das frases refletem um encadeamneto simbólico lógico: "que não queria nascer de novo". O melhor seria conversar com o autor e com ele trocar ideias. Assim, descobriria outras metáforas guardadas no seu inconsciente. O texto, enfim, é um desabafo. Um grito. Um lamento. O grande complicador é a postura do autor diante da vida, diante de si mesmo. Ele é, aparentemente, o emissor e o receptor. Parece escrever para si mesmo. è de um lirismo cujas palavras falam o que está escrito. Um texto que nos coloca contra a parede da indecisão, do imobilismo. Muito bom!"
(Professor Clodomir- Presidente da Academia Acreana de Letras)
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