Hoje é um dia triste,
Como triste é a esposa que chora,
Em um mundo que o racismo ainda existe,
E não há o que se fazer agora.
Não há o que ser dito,
E talvez há também,
No chão se ouviu um último grito,
Um homem, dois homens, "ninguém".
Sem voz, sem vez,
Sem chance, sem sorte,
A vida que o ser humano não fez,
Beijou tão cedo os lábios da morte.
Eu vejo e não quero,
Pois sei que negro também sou,
Não pediu glamor ou esmero,
Por fútil motivos conheceu a face escura da dor.
Amanhã será mais um um?
Como hoje a vida que se perdeu,
Parece que não há motivo algum,
E o passado a sociedade esqueceu.
Tantos tempo já foi,
Tanta vida foi ceifada,
Agora, amanhã e talvez depois,
O chão, a vida e um "nada"...
Autor: Oziel Soares de Albuquerque
www.ozielpoeta.blogspot.com/
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