No barril, um menino,
Sem nome, com fome, sem sorte,
Sem roupa, destino,
Seu rumo? A morte.
Seus braços também,
Sem ser nem amado,
E assim tratado, como um ninguém.
Sem forças, magrinho,
No rosto, a sede e a dor,
Ao sol, tão sozinho,
Pois no seu caminho, um monstro cruzou.
Um não apenas,
Três com certeza,
Na sacada pequena,
Tiraram de uma vida, a própria beleza.
A infância roubada,
A esperança no fim,
A especial criança, maculada,
Sem culpa, remorso ou qualquer coisa assim.
O menino, jamais,
Será esquecido,
Em um mundo que pais,
Abandonam o que do ventre é nascido.
Entregue ao calor e à crueldade,
Aos onze, o amor ainda não conheceu,
E o barril, na verdade,
Bem mais que a todos o acolheu.
Autor: Oziel Soares de Albuquerque
www.ozielpoeta.blogspot.com/
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