Ouvia desde muito cedo,
Minha mãe explicar,
O coração tem segredos,
E é terra que ninguém pode andar.
Aprendi com a própria vida,
Como perigoso é viver,
Colecionamos marcas e feridas,
Mas nem tivemos tempo de os motivos entender.
É sempre tão estranho,
O olhar dessa gente,
Só crescemos de tamanho?
Ou somos todos dementes?
Do amor fazemos pouco,
Da vida, quase nada,
Esse mundo é tão louco,
É tão sozinha essa estrada.
Noites se tornam dias,
Os dias se tornam meses,
Não valorizamos as pequenas alegrias,
Somos tão ingratos muitas vezes.
Somos tão julgados,
Quando amados queríamos ser,
Sempre tão conectados,
Embora desligados do que é viver.
Ainda chove lá fora?
Ainda há quem seja de verdade,
Só consigo pensar na infância que foi embora,
Não sentir, não pensar, tenho saudade.
Às vezes tão sozinho,
Ás vezes tão lotado,
Mas nesse meu caminho,
Só restou quem deveria ter ficado.
Eu me pergunto se sou,
Quem um dia achei que eu era,
Ou se tudo me mudou,
Se ainda sou? Quem dera.
Sigo ainda acreditando,
Nada muda o que ficou,
Teimarei em seguir amando,
Porque o Amor um dia me curou.
Não estou pronto ainda,
Nunca estarei talvez,
Aprendi que quando a vida finda,
Já não importa o que se fez.
Não sou forte como pensei,
Nem bom como acreditava,
Porém, no momento que mais precisei,
Presentes ali as pessoas que eu realmente amava.
Uma hora já não dói,
Outras, vão doer,
Falo para aquilo que nos ainda corrói,
"Os perigos da vida não mais tenho medo de viver"...
Autor: Oziel Soares de Albuquerque
www.ozielpoeta.blogspot.com/
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