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O MENINO E O BARRIL...

No barril, um menino, Sem nome, com fome, sem sorte, Sem roupa, destino, Seu rumo? A morte. Seus pés amarrados, Seus braços também, Sem ser nem amado, E assim tratado, como um ninguém. Sem forças, magrinho, No rosto, a sede e a dor, Ao sol, tão sozinho, Pois no seu caminho, um monstro cruzou. Um não apenas, Três com certeza, Na sacada pequena, Tiraram de uma vida, a própria beleza. A infância roubada, A esperança no fim, A especial criança, maculada, Sem culpa, remorso ou qualquer coisa assim. O menino, jamais, Será esquecido, Em um mundo que pais, Abandonam o que do ventre é nascido. Entregue ao calor e à crueldade, Aos onze, o amor ainda não conheceu, E o barril, na verdade, Bem mais que a todos o acolheu. Autor: Oziel Soares de Albuquerque www.ozielpoeta.blogspot.com/
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19 DE NOVEMBRO DE 2020

 Hoje é um dia triste, Como triste é a esposa que chora, Em um mundo que o racismo ainda existe, E não há o que se fazer agora. Não há o que ser dito, E talvez há também, No chão se ouviu um último grito, Um homem, dois homens, "ninguém". Sem voz, sem vez, Sem chance, sem sorte, A vida que o ser humano não fez, Beijou tão cedo os lábios da morte. Eu vejo e não quero, Pois sei que negro também sou, Não pediu glamor ou esmero, Por fútil motivos conheceu a face escura da dor. Amanhã será mais um um? Como hoje a vida que se perdeu, Parece que não há motivo algum, E o passado a sociedade esqueceu. Tantos tempo já foi, Tanta vida foi ceifada, Agora, amanhã e talvez depois, O chão, a vida e um "nada"... Autor: Oziel Soares de Albuquerque www.ozielpoeta.blogspot.com/

AQUELA MENINA...

Aquela menina Com os braços cortados, Tem medos, segredos, E também um passado. Ela não escolheu, Ou tão pouco pediu, Apenas sofreu, E essas marcas nem são do que mais lhe feriu. São marcas expostas E ela não pode apagar, Tem coisas que a gente não gosta, Mas na vida é o que há. Quem vê não entende, Às vezes só julga, A cicatriz só lhe prende, A lembrança não muda. E agora a cura, Só o tempo trará, A vida é loucura, Não queira ir pra lá. Seus medos guardados, São meus também, A menina e seu fardo, Não se vê um alguém. Ela se olha no espelho, E não vê quase nada, Elogiam o cabelo, Ela ri, mas se abala. Não queria ser vista, Na rua notada, Tem na mente uma lista, Em uma folha amassada. São os sonhos que tinha, Ou talvez ainda tem, Por fora rainha, Por dentro é ninguém. Ela ainda respira, E não sabe o porquê, É que aquela menina, Só queria viver. Seus olhos escondem, Ações de robô, Seu rosto, sua fronte, Também congelou. Seus passos caminham, Na rua tão só, Mas assim tão sozi

O QUE A VIDA ME ENSINOU SOBRE OS HERÓIS...

Heróis aparentam ser fortes o tempo todo. Eles não choram quando devem ou sentem necessidade. Eles sempre dizem não ter medo. Heróis dormem de sobreaviso. Embora cansados, eles nunca descansam. Eles estão prontos pra tratar feridas quando as suas ainda não se fecharam. Heróis tiram forças da fraqueza de alguém. Eles, e talvez só eles, sabem que não temos todo tempo do mundo. Heróis não param. Eles se cobram demais pra isso. Eles sempre carregam um peso maior que a sua própria força. Heróis sempre acham que seu dia de encontrar a morte não chegará. Eles se culpam por tudo que não fizeram. Heróis sabem seus erros. Eles se importam mais do que deviam. Eles se calam pois sabem que suas palavras são seus maiores poderes. Heróis são seres humanos. Eles são frágeis. Eles são duros. Heróis são heróis. Autor: Oziel Soares de Albuquerque www.ozielpoeta.blogspot.com/

DEPENDE...

Depende do tempo, do mês, Do dia, das horas, Do meu pobre português, Pra impedir que a pessoa amada vá embora. Depende das flores, São rosas, vermelhas, marfins, Não bastam os amores,, Há "sofreres" sem fim. Depende da força e da fé, Da esperança no que traz paz, Depende do quanto a gente se quer, Ou se talvez, tanto faz. Depende do peso e da medida, Da intensidade do que se quis, Depende da gente ter a vida vivida, Depende? Até ser feliz. Autor: Oziel Soares de Albuquerque www.ozielpoeta.blogspot.com/

UM TEMPO QUE SE FEZ SAUDADE...

Que saudade de abraçar um alguém qualquer, Não ser amigo, parente, um desconhecido até. Saudade de quando saudade tinha data de vencimento, E que, apesar de ser incerto, nos encontraríamos a qualquer momento. Que saudade de um tempo que se fez saudade, E que a gente nem notava que só juntos tínhamos essa tal felicidade. Saudade de não ter medo de sair por aí, E pensar que esse tempo, talvez não possa mais existir. Que saudade da vida chata, que agora já não é, Daquela rotina complicada, que voltar tanto a gente quer. Saudade de reclamar, por uma simples besteira, Mas só agora entendi, que vida boa é a rotineira. Autor: Oziel Soares de Albuquerque www.ozielpoeta.blogspot.com/

UM POEMA DE AMOR PRA VOCÊ...

Nossos dias nem sempre são tão fáceis, Nossas noites, nem sempre são tão longas, Nossas certezas, às vezes, são tão frágeis, Nossas escolhas nunca foram com delongas. Nosso amor já dura tanto, Nossa vida a dois ou quatro, Nossas alegrias, conquistas e prantos, Nossas meninas, fruto do nosso amor de fato. Nossos medos, pesadelos, Alguns que já nem têm, Nunca tentamos ser os modelos, Embora os aplausos sempre vêm. Nossa vida não é perfeita, Talvez não precisa ser, É essa estrada é tão estreita, Que eu só persisto por você. Nosso plano inicial já se foi, Já atravessamos a fronteira, Agora, sem ao menos dizer “oi”, Nos conhecemos até nas brincadeiras. Nossas coisas já compradas, Algumas delas até perderam o valor, Mas para o futuro que nos aguarda, Só não posso perder você, amor! Nossas músicas e filmes assistidos, Talvez já nem lembramos mais, E os problemas tão bem vividos, Por agora, tanto faz. Nossas perdas e derrotas, Essas sim, ficaram na memó

UM PREÇO...

Erros têm preço. Todos eles, de qualquer natureza. Erros custam tempo. Segundos, minutos, horas, dias, meses e anos. Às vezes, muitos anos. Erros custam amizades. E, na verdade, amizades não custam nada. Por isso, amigos não se compram. Sabe, talvez é isso. Erros custam coisas que não se compram. Custam amor, esperança, paz. Erros, queridos, custam futuro. Sim, erros custam caro. Custam às vezes vidas. Ou vocês não lembram das tantas vidas que se foram por um alguém. Quem sabe erros se perdoam, mas, as consequências são irrevogáveis. Erros quase nunca são pagos na individualidade. Somos nós, o coletivo, que do de outrem, sofremos o agora. E agora é um tempo muito extenso. E assim, de tantos erros, já nem sabemos quem está certo. Acredito que ninguém está. Porém, erros custam nossos olhos e ouvidos. É que erros, custam caro. Autor: Oziel Soares de Albuquerque www.ozielpoeta.blogspot.com/

INVENCÍVEL...

Depois de tanto tempo, Palavras já não são suficientes, É que já foram tantos momentos, E cada um sempre diferente. Talvez a palavra seja gratidão, Por tudo o que você me fez, Aquela que será sempre a minha paixão, E que com você viveria tudo, tudo outra vez. São anos de perdas e vitórias também, E ao seu lado é sempre tão melhor, Minha pequena que sempre me fez bem, E todos esses anos nunca me deixou se sentir só. Sabe, vida! (Que assim que tenho lhe chamado), Sempre tratamos nossas feridas, E sempre, senti-me tão amado. Você é uma mulher incrível, Não mais aquela menina, Mãe, amiga, esposa invencível, Que sempre tanto me ensina. Sei que ninguém me amará, Amar desse seu jeito, Só tenho a vida pra tentar recompensar, Por cada instante tão perfeito. Um dia já fui só eu, Com o tempo fomos nós dois, E com os presentes que ganhamos de Deus, Somos como a carne, feijão, farinha e o arroz. Somos família completa, E você é a culpada, E uma coisa, amor,

SOBRE DIZER ADEUS...

Adeus é algo que não se aprende. Pois adeus é impossível de ser ensinado. Com ele se convive. Suporta-se. Não é como perder em uma viagem um bem querido. Adeus dói. A certeza de sua vinda não nos cria expectativas, e talvez por isso, e não só, nunca estamos preparados. O adeus não é algo que a razão entenda. E, embora a gente possa pensar exaustivas horas a respeito até termos enxaqueca, adeus não é compreensível. Adeus se convive. Apenas, convive-se. Ele traz culpas, medo e dúvidas. Milhares e milhares de incertezas. Porque QUANDO SE DIZ ADEUS, NINGUÉM TEM CERTEZA DE NADA. Aliás, somente e tão somente, a certeza de ter que dizer adeus. Autor: Oziel Soares de Albuquerque www.ozielpoeta.blogspot.com/